Segundo a Polícia Civil, o homicídio ocorreu há uma semana depois que Zeilimar Lúcia de Lima suspeitou ter caído em golpe de estelionato praticado pela dupla, que prometia diploma falso de medicina. Ela chegou a pagar R$ 16 mil durante as negociações.
No entanto, segundo informou o delegado Daniel Azevedo, a vítima disse aos jovens que faria a denúncia do crime de estelionato. Foi então que eles marcaram um encontro com ela em Uberlândia.
"Ela começou a pressionar os jovens que iria levar a fraude a conhecimento da polícia e denunciar que eles estavam aplicando golpes", afirmou o delegado.
Conforme a investigações, os criminosos doparam a técnica em enfermagem e a levaram para a cidade de Araguari, onde o corpo foi carbonizado. Após denúncias, a ossada foi encontrada abandonada às margens de uma represa na cidade.
Os dois foram detidos no Bairro Planalto, em Uberlândia, nas casas das namoradas, com um revólver calibre 38 e uma réplica de arma de fogo. Eles vão responder por estelionato, homicídio, ocultação de cadáver e posse ilegal de arma de fogo.
Ainda segundo o delegado Daniel Azevedo, alguns detalhes das investigações, de como a polícia chegou até os dois, por exemplo, serão mantidos em sigilo por enquanto.
"Sabemos que a vítima recebeu super dosagem de remédio, depois foi ateado fogo ao corpo para ocultação do cadáver. Eles esperaram ela morrer por vinte minutos. Nos chama atenção a frieza desses jovens, que continuaram suas vidas como se nada tivesse acontecido".
Com o diploma falso, segundo a investigação, Zeilimar Lúcia pretendia trabalhar como médica no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).
Ex-servidora da Prefeitura
A técnica de enfermagem Zeilimar Lúcia de Lima era natural de Patrocínio e o último emprego dela, conforme apurado pela reportagem, foi em Uberaba na Unidade de Saúde da Família Fausto Cunha Oliveira, no Programa Melhor em Casa e no Hospital Regional José de Alencar. A informação é da Prefeitura que enviou uma nota lamentando o ocorrido.
"A administração municipal ressalta, ainda, que a contratação foi por processo seletivo, com toda documentação comprobatória na área de técnica de enfermagem, inclusive registro no Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren) auditados e comprovados pelo Departamento de Controle Funcional da Secretaria de Administração", diz a nota.
A Universidade de Uberaba também se posicionou em relação ao contrato no Hospital Regional. "Reforçamos a integridade do processo seletivo da Sociedade Educacional Uberabense, comprometida com as devidas exigências e comprovações dos candidatos aptos para as vagas em aberto, para que seja mantida a ética e bom desempenho das funções no ambiente de trabalho."
Informações iniciais da Polícia Civil era de que ela trabalhava na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). Contudo a assessoria de comunicação informou que nos quadros do hospital não existe o nome da mulher registrado por nenhum dos vínculos de contratação.
Armas foram apreendidas com dupla presa em Uberlândia — Foto: Reprodução/TV Integração